The Mate Guys made a very nice review on Argentinean Mates and raised a very important question – why is Argentina the most well-known origin of Mate?

This question keeping popping up very often, and as most mate fans know, the Uruguayans are the ones with higher consume, Brazil has  80% of the Native Mate forests, and Paraguay is the country that named the plant.
So, how does it come to be?
One  information is that the first monoculture of mate was made in Argentina end of the 19th century and through the next decate between 1910 and 1920 Argentina launched its mass production motivated by a top down program from the government.
For an extensive review on Portuguese I recommend the chapter 4.5 COLONIZAÇÃO, EXTRATIVISMO E AGRICULTURA NA ARGENTINA, from Marcos Gerhardt, HISTÓRIA AMBIENTAL DA ERVA-MATE. I will put it here below in portuguese and I strong recommend the work from Marcos for Mate fans.
A second reason that I suggest is that Chimarrão from Brazil is not suitable for long shelf life or for the delivery delay at that time. Chimarrão has
to be drunk fresh, so that for the export was not suitable. We should remember that vacuum packing is something new. Uruguay does not produce mate, so those are the reasons I could mention.
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4.5 COLONIZAÇÃO, EXTRATIVISMO E AGRICULTURA NA ARGENTINA
Na Argentina, especificamente na província setentrional de Misiones, também ocorreu uma aproximação entre a colonização por imigrantes e a atividade ervateira. Aquele país definiu em lei de 1876 as regras para a imigração de estrangeiros e para o estabelecimento de colônias, bem como regulamentou a colonização por empresas privadas. Embora o conceito de imigrante presente na lei fosse amplo e incluísse trabalhadores de qualquer ofício, ela oferecia vantagens àqueles que se dedicassem à agricultura.506 As colônias oficiais de Candelaria e Santa Ana, as primeiras, foram demarcadas na década de 1880. Conforme o engenheiro Rafael Hernandez, havia erva-mate em seus territórios, mas não “em quantidade capaz de ser uma exploração, ainda que serão muito úteis ao proprietário e podem ser cultivadas com grande êxito. No interior de Misiones os ervais constituem uma riqueza pública suscetível de grande melhoramento […]”.507
No início de século XX vários argentinos estudaram o cultivo da erva-mate. Germán Ayala, ao se graduar em engenharia agronômica em 1918, escreveu sobre os procedimentos mecânicos e químicos para quebrar a dormência da semente de Ilex.508 Carlos Spegazzinni, botânico e micólogo italo-argentino, estudou fungos e os insetos que interagiam com a Ilex paraguariensis, vistos pela Sociedad Científica Argentina e pelos ervateiros como agentes de enfermidades nos cultivos agrícolas e causadores de prejuízos econômicos.509 O engenheiro agrônomo e diretor da Escola de Agricultura de Posadas, Arturo Oliveira, em publicação de 1922, apresentou um método para o “cultivo fácil e racional” da erva-mate, que visava auxiliar a produzir os 45 milhões de quilos de mate que a Argentina importava. Nela o autor detalhou os procedimentos de preparo da semente, organização dos viveiros, plantio, estruturação do erval, transplante, proteção da muda com o poncho de palha, capina, irrigação, replantio das mudas que não se desenvolveram e poda de condução. O método reproduziu, com adaptações técnicas, parte das condições encontradas na floresta. O erval artificial, expressão
506 ARGENTINA. Ley de inmigracion y colonizacion de la República Argentina, 1876. Buenos Aires: La Universidad, 1883. BNAR.
507 HERNANDEZ, Rafael. Cartas misioneras: reseña histórica, científica y descriptiva de las Misiones argentinas. Buenos Aires: Luz del Alma, 1887. p. XX. (Tradução nossa). BNAR.
508 AYALA, German. El cultivo de la yerba mate em Misiones. Tese (Graduação em
Engenharia Agronômica), Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 1918. BNAR.
509 SPEGAZZINI, Carlos. Sobre algunas enfermedades y hongos que afectan las plantas de
“agrios” en el Paraguay. Buenos Aires: Coni, 1920. BNAR.usada na época em oposição ao erval espontâneo ou natural, estava pronto para a primeira colheita em quatro anos.
510 Em 1930 o engenheiro agrônomo Adolfo Furnus, contando com a contribuição de um entomólogo e de um engenheiro químico, escreveu que a terra vermelha com mais de três metros de profundidade é a única apropriada para o cultivo de erva-mate em Misiones. Terrenos altos, como a parte superior de morros, são igualmente favoráveis ao plantio. Ainda conforme o autor, quando plantada em terras de floresta, a Ilex rende o dobro de folhas e ramos em comparação a semelhante cultivo em terras de campo. No final de seu livro há uma propaganda da colônia Caraguatay oferecendo terras de floresta, “comprovadas como as melhores para a plantação de erva e demais cultivos sub-tropicais”, que eram vendidas em lotes de 25 hectares, com prazo para pagamento e a promessa de entregar o título definitivo ao quitar a primeira parcela. O conhecimento acadêmico, elaborado também a partir do conhecimento popular, estava então a serviço de uma empresa colonizadora com sede em Buenos Aires, que possivelmente patrocinou a publicação.
511  O Gráfico 7 representa a quantidade de plantas de Ilex cultivadas em Misiones a cada ano e revela um espantoso crescimento. Ele marca o final do extrativismo da erva-mate silvestre em algumas regiões daquela província e o início do cultivo em escala, do qual participaram também muitos imigrantes que se estabeleceram como colonos. Conforme o imigrante italiano Benito Zamboni, em um hectare de terra se podia cultivar mil mudas de erva-mate que, depois de seis anos, davam resultado econômico suficiente para recuperar o valor investido.
512 OLIVEIRA, Arturo A. Métodos prácticos para el cultivo de la yerba mate en el territorio de Misiones. Buenos Aires: Ministério da Agricultura, 1922. (Tradução nossa). BNAR.
511 FURNUS, Adolfo C. La yerba-mate en Misiones. sl.: sn, 1930. p. 54-64. (Tradução
nossa). BNAR.
512 ZAMBONI, Benito. Escenas familiares campestres. Posadas: UNaM, 1999. p. 120.
205
206 Gráfico 7 – Introdução do cultivo de erva-mate em Misiones
Fonte: MUELLO, Alberto Carlos. Misiones: las cataratas del Iguazú, el alto Paraná y el cultivo de la yerba mate. Buenos Aires: Jacobo Peuser, sd. BNAR.
Na década de 1920 foram fundadas as colônias privadas Santo Pipó e Oro Verde, ambas no Oeste de Misiones, junto à margem esquerda do rio Paraná. Nelas se estabeleceram imigrantes suíços que se dedicaram ao cultivo de erva-mate. Nas narrativas e memórias de famílias imigrantes, compiladas por María Gallero, prevaleceu o discurso que enfatiza a floresta virgem e inóspita, o mar verde e impenetrável que elas encontraram. Johann Christian Theler migrou para a Argentina em 1893 e narrou sua posterior dedicação à criação de gado e ao cultivo de doze mil plantas de erva-mate. O imigrante François Machon registrou a existência, na Santo Pipó de 1925, de 300 hectares de ervais cultivados. A transcrição das cartas de Eugenio Lagier, enviadas de Misiones para a Europa na década de 1920, revela os cuidados intensos exigidos pelo cultivo da Ilex e a expectativa de ganhos econômicos. Além do mate, os colonos suíços cultivaram comercialmente milho, tabaco e tungue (Aleurites fordii). Das memórias de Bruno M. Urfer se sabe que alguns colonos também vendiam lenha para os barcos a vapor que transportavam erva-mate pelo rio Paraná.513
A história que se viveu nas décadas seguintes a de 1920 foi a da expansão dos projetos de colonização e dos ervais em direção ao Norte da província. Para o governador de Misiones, Eduardo N. Otaño, aquele era um
513 GALLERO, María Cecilia (Comp.). El llamado del oro verde: memorias de inmigrantes suizos en Misiones. Florida: Araucaria; Misiones: Consulado de Suiza, 2008.
bonito pedaço de terra argentina, onde homens nativos, unidos aos que chegaram confiantes de todos os rincões do planeta […] abriram picadas na selva virgem, cortaram os cipós e afugentaram as feras, que hoje são tênues lembranças da lenda; curvaram os gigantes seculares das florestas e trabalharam com afinco e fé a terra que nada lhes negou. Formaram extensas plantações de erva- mate, tungue, citros; cultivaram o tabaco, a juta, o rami, a mandioca e cem produtos mais […]; lutaram e triunfaram.
Misiones, “eldorado” maravilhoso […], convertido hoje em oásis de trabalho, de paz e felicidade […].
514  O discurso idealizado do governador reiterou o triunfo da civilização, marcada pela agricultura, sobre o selvagem, caracterizado pela presença da floresta e das feras. No mesmo álbum publicitário que estampou aquele discurso foram impressas diversas imagens, das quais se salientam duas: uma representa um lote de terra desmatada, onde tocos de arvores cortadas e queimadas dividem espaço com mudas de Ilex alinhadas e em crescimento (Figura 32). A segunda imagem, aérea, retratou um extenso monocultivo de erva-mate dividido em talhões, evidenciando sua escala agroindustrial (Figura 33). A erva-mate cultivada aparece como sinal de progresso, enquanto a erva-mate nativa estava ligada à selva que precisava ser vencida pelo trabalho humano.515
514 ASTRO. Misiones: oro verde. Buenos Aires: Guillermo Kraft, 1945. (Tradução nossa). BNAR.
515 Ibidem.
207
208
Figura 32 – Plantio de Ilex paraguariensis
Fonte: ASTRO. Misiones: oro verde. Buenos Aires: Guillermo Kraft, 1945. BNAR.
209
Figura 33 – Monocultivo da Ilex paraguariensis
Fonte: ASTRO. Misiones: oro verde. Buenos Aires: Guillermo Kraft, 1945. BNAR
Ainda na década de 1920, na margem esquerda do rio Paraná, foram instaladas as colônias Eldorado, Puerto Rico e Monte Carlo, para onde migraram também colonos provenientes do Rio Grande do Sul.516 Um material informativo e publicitário da Compañía Eldorado, escrito em alemão, apresentou a erva-mate como um cultivo que produz resultados a partir do terceiro ano após o plantio, com aumento de produtividade nos anos seguintes. Cálculos simples, apresentados como exemplo, mostraram a possibilidade de obter compensadores ganhos. O mesmo material informou que o erval recém plantado tolerava culturas consorciadas, como a mandioca, a abóbora e o melão, oferecendo proteção às jovens mudas da Ilex contra o calor do sol e o frio. Na parte que tratou da exploração florestal em Misiones, a publicação se concentrou em quatro temas principais: a necessidade de desmatar e
516 HEWIG, Tutz Culmey; KNORR, Ilga K. A filha do pioneiro. Tradução de Ricardo Meyer. São Carlos: Prefeitura Municipal de São Carlos, 1987.
210
limpar uma área inicial para agricultura, o aproveitamento de madeiras para a construção ou para a venda, a possibilidade de extrair erva-mate nativa e a variedade de madeiras de boa qualidade disponíveis, inclusive a araucária.517
Os colonos estavam, entretanto, sujeitos ao mercado controlado por grandes empresários. O cronista Benito Zamboni escreveu, em 1933, sobre a ganância dos proprietários de engenhos de mate da Argentina, que compravam a erva cancheada a vinte centavos e a vendiam beneficiada ao preço de um peso por quilograma.518
517 COMPAÑÍA ELDORADO. Die Eldorado-Kolonien: Eldorado, Puerto Rico und Monte Carlo in dem argentinischen Territoruim – Misiones. Buenos Aires, 1925. IAI.
518 ZAMBONI, Benito. Escenas familiares campestres. Posadas: UNaM, 1999. p. 171.

 

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